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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

EDUARDO MOTA

 

Eduardo Arruda Mota e Albuquerque, nasceu no Recife em 21 de dezembro de 1951. Fez o curso primário no Instituto Brasil, o secundário no Ginásio Pernambucano e no Curso Torres e o Superior (Direito) na U. C. PE.

É advogado no Recife.
Em 1981, publicou o seu primeiro livro de poemas, Gaveta, pelas Edições Pirata.

 

*

"A poesia de Eduardo é um tanto reflexiva, se exprimo, realmente o seu sentido. Ele vai aos abismos da alma. Não fica nas exterioridades, nas coisas que a gente vê e toca e anima..."
Nilton Pereira

 

*
"Com uns poucos poemas amadurecidos no silêncio e que bastam para mostrar que sua incorporação definitiva e consagrada à poesia (com P maiúsculo) sé agora questão de quantidade, de tempo.."

      Haroldo Bruno

 

 

 

MOTA, Eduardo.  Horas de agora.    Recife: Edição FUNDARPE, 1984.  88 p.   (Coleção  Capibaribe)   14 x 21 cm.   
Ex. bibl. Antonio Miranda  - Doação do livreiro Doação do livreiro Jose Jorge Leite de Brito

 

 

CADEIRA DE BALANÇO

Na cadeira de balanço
entre a palha e a madeira
o sono qualquer sonho rodeia.
No balanço da cadeira
o cochilo oscila.

COTIDIANO

Roda rotina
na permuta do nada mudar.
Gira rápido no percurso
do retorno reinterado
no assunto
sem nada de novo.
Rodopia sem cessar
na inevitável ração
no desdobrado momento
da monotonia no colchão.
Repete o que foi ou será
e no mesmo de sempre
com incansável exatidão
prossegue sem findar.

 

 

      

FACETA

 

Não encontrei a caneta
nem o azul da letra
e na sorrateira veneta
a poesia passou como um cometa.

 

 

SEM ESSA

Deixa de conversa,
que mania ou epidemia é essa?
depressa e impressa,
nem interessa nem expressa.
Poesia não é letra, é canto,
é situação inversa
dessa de esbarrar nas esquinas
da rima, do metro, do hemistíquio.


MUTAÇÃO

A breve forma
se transforma
os que existe
não resiste.

A hora oposta
se transporte
espaço vivo
Matéria morta.

A última regra
se transcende
o que acaba
não ascende.

A cara muda
se transgride
o que somos
não seremos.

 

 

SEJA   

Seja como for
na cama e na mesa
no relento ou no abrigo,

seja como for
na quietude ou pavor
no abraço e regaço
na ausência ou no amor,

seja como for
na treva ou percepção
na dúvida ou no exato
no erro ou no acerto,
  

 

seja como for
no agora ou depois,
seja.

*

 

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http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/pernambuco/pernambuco.html

 

 

Página publicada em agosto de 2021

 


 

 

 
 
 
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